INVASORES DO ESPAÇO EM ALTOS

 

Robin contemplava o núcleo da cidade de Altos com sua visão tecnológica que substituirá seus olhos biológicos a alguns anos atrás, do alto do morro do cata-vento, antiga serra do carretão que foi transformada em um polo de energia eólica, ele ajustou o foco para o modulo noturno a tempo de ver uma nave viking decolar em altíssima velocidade do centro  da cidade e em poucos segundos se perder na imensidão do céu estrelado que brilhava muito além da cúpula que revestia a cidade.

Ele era filho de um novo tempo, dos anos de cativeiro, quando invasores do espaço dominaram a terra, o mais triste é que muitas raças invasoras, era uma versão da própria raça de Robin, sim eles eram humanos. Por incrível que pareça estávamos sendo saqueados por homens e mulheres vindos de linhas do tempo alternativas e pra cidade de altos coube o destino de ser escravizada por uma raça apelidada vikings do espaço. Temendo o pior os governantes da cidade, escolheram o caminho mais fácil, acordos políticos com a raça invasora, casamentos de pessoas influentes cada cidade com nobres da casa viking espacial.

As comunidades insoladas longe dos centros das tomadas de decisão acenderam a chama da rebelião, Robin era fruto dessa chama, nessa noite ele tinha um trabalho a fazer, liderar um ataque surpresa no campo de pouso da cidade, interrompendo o fluxo de naves com a estação espacial ragnarock, construída pelos invasores inimigos.

Depois da descida do morro, o lento trotar dos cavalos robóticos liderados por Robin quebrava a monotonia da noite, por enquanto isso era um luxo, mas conforme chegasse cada vez mais perto do ponto da emboscada tinham que ser cada vez mais sorrateiros. A luz da lua reluzia na fuselagem dos cavalos metálicos e o casaco preto de Robin tremulava ao vento da noite com a vela furada de um navio fantasma, de fato todos tinham uma aparência fantasmagórica como se já estivessem mortos. Robin liderava ao todo vinte homens. Na verdade, meio homens, meio máquinas, eram frutos de um mundo de combate e marcas de guerra.

Quando saiam assim, San o bandoleiro era o que mais gostava de quebrar o silencio dentro do bando, gostava de resmungar com um pedaço de palha na boca e um chapéu que nunca tirava pois encobria uma prótese metálica que guardava seu cérebro, pois tinha perdido seu crânio biológico em um tiroteio, Robin sentia-se mais seguro com ele por perto, com o passar do tempo, escolherá San e Madu Ladino para estarem lado a lado com ele , este último por sua vez tinha um arco metálico e era bom de mira com flechas explosivas.

Robin sabia que a moral do bando andava baixa, na última incursão, Kapelobo, um membro importante dentro do bando tinha sido morto quando sabotaram uma usina de força da cidade, a missão dessa noite precisava ser um sucesso para justificar sua liderança dentro do bando.

Na verdade, existiam outras coisas ameaçando a sua liderança, era o amor! No grupo só os mais íntimos como san e Madu sabiam que Robin vivia um romance secreto com a filha do coronel da cidade e que ela fora prometida em casamento a um Viking! Robin se perguntava se o ataque , ao campo de pouso, era só pela causa da rebelião ou uma forma de represália ao coronel mais rico da cidade que tinha cedido partes de suas terras para pouso e decolagem das naves invasoras.

Todos se benzeram ou tiraram o chapéu  quando passaram pelo desfiladeiro do vaqueiro enterrado vivo, era uma forma de manter a tradição de muitos séculos, depois como estavam cada vez mais perto do ponto crítico da missão Robin ordenou uma parada para que todos checassem seus equipamentos, armas e as baterias dos cavalos pela última vez, eles seriam crucias, pois o plano de Robin era atravessar o campo nos cavalos e acertando o maior número de naves possíveis que estivessem no solo com suas espingardas lasers e  explosivos e depois fazerem o retorno de volta e fugir pelo portão principal.

Quando se preparavam para se por em marcha de novo, o batedor do grupo retornou ao grupo, cyborg caolho como era conhecido, por ter levado um tiro na cara e ter sua visão substituída por um único olho biônico, bem no meio da testa, trazia uma notícia triste, seu computador de pulso tinha localizado um campo de batalha recente, e eles teriam que cruzar o local que se interpunha entre eles e seu objetivo final. 

Não foi preciso percorrer muitos quilômetros para se depararem com corpos estraçalhados sobre a areia e algumas esferas metálicas retorcidas e queimadas, os drones de areia!

__ Fiquem atentos! Ninguém desce dos cavalos, ordenou Robin para o bando.

Cruzaram aquela parte do terreno em silencio, cada um mapeando o terreno com o computador de bordo dos cavalos ou do próprio corpo conforme a lesão que carregavam. Os outros membros do bando que não tinham coragem de falar diretamente com Robin cochichavam entre si.

__ Por que o chefe ta tão apreensivo?

__ São os drones de areia cara! Esferas metálicas autônomas , elas vagam pelo subsolo, dizem que os vikings do espaço criaram elas, mas a inteligência artificial desses dispositivos ganharam autonomia e começaram a se proliferarem.

__ foi assim que o chefe perdeu os olhos, elas brotam de repente da areia e jogam discos cortantes na direção do alvo, ou sai simplesmente rolando pelo solo rastreando emanações de calor do corpo humano.

__ Por isso torçam para as pernas metálicas dos cavalos aguentarem e não serem decepadas, completou madu Ladino.

San completou as observações para Robin

__ Esse grupo foi surpreendido e destroçado, mas há evidencia que algumas esferas foram danificadas.

__ É ! Mas não sobrou ninguém desse grupo rebelde para contar história, quando isso acontece é sinal de que sempre sobra uma esfera metálica que voltou para seu ninho metálico. Falou Robin, com a expressão sombria, em seu olhar robótico e artificial.

Completaram o resto do terreno alto, venceram ultima colina e viram os capo de pouso das naves inimigas despontar para seus olhos biológicos e biônicos, era como se um gigante de metal estivesse adormecido, tudo estava calmo demais. Depois de uma rápida checada nos equipamentos e nas armas Robin começou a descida da colina com a mão levantada, sempre fazia isso para os outros cavaleiros o seguissem a medida que seu cavalo ganhasse velocidade, tinha chegado a hora do ataque!

O tropel ensandecido de cavalos metálicos brotou da escuridão da noite trazendo o apocalipse do inferno em forma de fogo, fizeram um desfile pelo corredor de naves pousadas com Robin dando ordem de fogo para seus homens que atiravam com as espingardas modificadas, outros arremessavam bombas que em contato com a fuselagem das naves a faziam explodir, logo o campo de pouso se tornou um clarão com os soldados correndo de um lado pra outro, as sirenes de alerta começaram a tocar, começou a chover disparados de todos os lados pra cima dos invasores noturnos, o bando de Robin começou a sofrer baixas, alguém foi derrubado com num tiro de uma torre de vigilância, a luta ficava cada vez mais perigosa e incerta para os rebeldes.

Uma esfera brotou do nada e suas laminas deceparam as pernas do cavalo que foi atingido em pleno galope de velocidade, caiu rolando pela areia, mas como a esfera pareceu emperrar depois disso ele não hesitou em correr com tiros rasantes zumbindo em seu ouvido e colocou um explosivo em uma das naves em forma de pingo de agua e correu pra pular na garupa de ladino que acabara de deixar uma flecha explosiva na torre de vigia que ameaçava minar seu grupo com tiros de snaiper.

Robin deu ordem para o grupo dar meia volta pela pista de pouso das naves, continuando o ataque, fazendo o máximo de estragos possíveis antes de fugirem camuflados pela escuridão noturna.

Maas nesse momento seu coração o traiu, a pista de pouso fazia uma curva e ele não tinha visto ainda um ponto cego de seu ataque , um nincho de embarque , com a filha do coronel embarcando a força em uma nave viking, o pai dela dava ordens e gesticulava enquanto dois capangas a embarcavam, mas quando Robin tentou avançar na direção dela, mandu que estava próximo segurou as rédeas de seu cavalo.

___ Não faça isso! está pondo a missão em risco.

__ tire os homens daqui eu pegar ela e seguir por outra rota, nos encontramos no acampamento daqui a dois dias, separados teremos mais chances e logico que o coronel vai concentrar as buscas na direção da sua filha. Tomou as rédeas de madu e avançou na direção do embarque, quando viu a filha do coronel se encheu de coragem e avançando um pouco e amassando um pouco o vestido pra dar mais agilidade para as pernas disse:

__ Papai eu o amo!

__ Ora seu desgraçado, disse o velho puxando a pistola mais Robin passara como um relâmpago entre eles puxando a fugitiva para sua garupa e forçando o cavalo a romper o alambrado da cerca e se perdendo na escuridão para além do campo de pouso e quando os soldados vikings se recuperaram do susto e também tentaram fazer pontaria o próprio coronel já tinha mudado de ideia.

__ Não atirem seus idiotas! minha filha esta com ele !

O bando agora liderados por Madu fazia o perigoso caminho de volta, pois agora tinham perdido elemento surpresa e saindo dos hangares vários soldados começavam  a disparar, já próximo a saída em uma das laterais em um espaço que parecia vazio uma nave se materializou, era uma nave sentinela, que estivera esse tempo todo ali, e agora um piloto a tinha ligado e fez um disparo que derrubou mais um membro do grupo, nesse momento San acionou um explosivo remotamente que tinha colocado em outra nave, e a explosão se propagou como um cogumelo de fogo lambendo até a nave sentinela que se inclinou para o lado comprometendo a mira da linha de fogo.

__ Vamos é nossa chance! galoparam o mais rápido que puderam, pois o inferno vinha atrás deles depois desse ataque.

__ cadê o Robin ? perguntou San receoso.

Em uma expressão de ódio firme e ainda inflamado pelo calor do combate Madu Ladino rosnou.

__ Ele está bem, mas fez uma escolha, e não poderá voltar atrás.

O silencio se abateu sobre o grupo durante toda a volta pra casa, só viajavam na escuridão da noite e se camuflavam durante o dia enterrando os cavalos metálicos na areia e desligando os motores.

Robin e sua namorada chegaram no inicio do terceiro dia, sabia que tinha feito uma escolha perigosa, pois os olhares do acampamento rebelde não eram nada amistosos na direção dele e de sua companheira.

Robin desapeou do cavalo e deu as rédeas para minerva segurar, ele foi direto na direção de Madu ladino que o aguardava de braços cruzados , o olhar duro como pedra, examinando o horizonte, rosto enfeitado com pintura de guerra, e o arco metálico pendurado nas costas.

Robin abriu a boca para argumentar, mas madu avançou em sua direção como uma serpente da areia e o derrubou com um soco.

__ Nos perdemos dois dos nossos, sabia ¡

Robin ficou no chão, tentando ver se o seu maxilar ainda estava no lugar.

__ todos nós sabíamos dos riscos!

__ mas você no último instante resolveu deixar tudo mais perigos, você não é mais digno de ser o chefe do bando

__ Peço permissão pra casar com a moça, CHEFE. Esta ultima palavra de Robin saiu forçada.

__ Permissão concedida soldado, agora recomponha-se.

Robin caminhou na direção de minerva lentamente, enquanto Madu Ladino entrou na tenta de reuniões para traçar os planos de um novo ataque. Esse ato marcou o inicio da liderança de Madu ladino a frente dos rebeldes de ALTOS, contra os invasores do espaço em uma guerra que estava longe de acabar.

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