Autor: Arthur C. Clarke
Título original: Childhood' s End
1ª Edição: 1953
Publicado na Colecção Argonauta em 1955
Capa: Cândido Costa Pinto
Tradução: Carlos Vieira


Súmula - foi apresentada no livro nº 25 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

Arthur C. Clarke combateu na defesa da Inglaterra como operador de radar. Este facto influenciou grandemente a sua carreira e deu ao seu modo de pensar uma atitude científica. Terminada a guerra, formou-se em Física e em Matemática na King's School de Londres, da qual foi assistente durante dois anos e co-editor científico da revista da mesma escola. Isto, em conjunto com um grande interesse desde a infância pela ciência aplicada e a literatura de ficção científica, permitem-lhe hoje ser considerado uma autoridade no campo da ciência, como técnico de astrofísica (pois também é astrónomo amador) e de astronáutica.
O seu primeiro livro no campo técnico Interplanetary Flight (Voo Interplanetário), apesar de não ser uma obra de divulgação, teve tal êxito entre os iniciados - que escreveu a seguir outro livro The Exploration of Space (A Exploração do Espaço), destinado aos leigos, que ainda teve maior sucesso.
Arthur C. Clarke é, além de bacharel em Física e Matemática, membro da Real Sociedade Astronómica, tendo sido também presidente da Sociedade Interplanetária Britânica de 1946 a 1947 e de 1950 a 1953.
 Depois de falarmos do Autor, resta-nos falar do presente livro. O livro situa-se no Futuro - e por: "no  Futuro" - deveriam começar todos os livros de ficção-científica, tal como começavam os livros da nossa infância por: "era uma vez...". No Futuro - dizíamos - começará este livro que não comporta os desvairamentos de tantos outros que consideram a ficção-científica, não como uma literatura honesta, mas sim um meio rápido e seguro (por lisonjear o gosto romanesco do público) de ganhar dinheiro.
Arthur C. Clarke é um escritor que tenta resolver com poesia e honestidade inexcedível o Futuro da raça humana, como também nos faz lembrar como somos pequenos perante o Universo. Quando o Homem se preparava para ir até às estrelas, um Intruso poderoso toma posse da resolução dos problemas que o Homem ia deixar em branco, na sua ânsia de novidade. As estrelas são, entretanto, esquecidas na felicidade material que esse Intruso espalha em torno de si; e, no entanto, o espírito não morre assoberbado pelo materialismo. Os idealistas continuam a procurar, pelos meios que têm ao alcance, uma ponte para a realização total do Homem.
Um jovem astrónomo, apropria-se acidentalmente de um segredo dos Intrusos por meios pouco ortodoxos, e resolve explorá-lo na insatisfação antiga por não poder ir às estrelas. Então descobre porque é que "as estrelas não são para os homens..." E volta ao princípio, numa compreensão da verdade que finalmente lhe dá a certeza e a plenitude de não ter vivido em vão. 
 Este livro é definitivo dentro da ficção científica. O seu estilo é perfeito e as suas ideias desenrolam-se com a lógica de que só um Clarke é capaz. Não há herói no livro, a não ser os próprios factos; e a fé no destino dos homens, que ele mostra, só uma sólida formação humana a pode dar.

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