BOCA DE FUMO APOCALÍPTICA
BOCA
DE FUMO PÓS APOCALÍPTICA
Eu
fiquei o dia todo em um bueiro, buraco de ratos pra ser mais preciso, equipado
apenas com um rifle esnaiper e um cantil, a espera do meu alvo, o fim da rua
era o ponto perfeito para a emboscada, uma cicatriz no rosto do deserto, gerado
por uma explosão de um bomba de hidrogênio que desintegrou uma metrópole, em um
passado remoto, como saídas de um filme de faroeste, bolas de capim seco eram
levadas pelo vento de um lado para outro, como se demônios invisíveis jogassem
bola de gude no inferno, sendo eu o único observador, em vários pontos do que
outrora fora uma rua,dormiam ao abandono carcaças de vários veículos de grande
e médio porte carbonizados pelo fogo e castigados pelo tempo, as moradias nas laterais
da estrada,antes empilhadas de fora organizadas umas em cima das outras, quase
como se quisessem tocar as nuvens, agora assemelhavam-se a dentes de gigantes atacados por vermes,
reduzidos a vergalhões dentados, sendo ornamentados por ervas da ninha, criando
uma versão sombria e alucinante dos jardins suspensos da babilônia.
Já
estava quase desistindo quando meu alvo finalmente apontou no fim da rua, um
caminhão de carga blindado, dirigido por um ciborg, eu ajustei a mira e os
nanosrobôs da minha lente de contado centralizaram a mira bem no crânio dele,
só vi um rastro de luz se projetar da minha arma quando apertei um gatilho e o
projétil deixou um rastro de luz no ar atravessando o vidro aprova de balas do
caminhão e explodindo o crânio do motorista espalhando material biológico e
mecânico pela cabine o caminhão perdeu o controle e bateu em um muro coberto de
musgo, depois parou soltando fumaça e criando um foco de incêndio, que tive o
cuidado de logo apagar, não queria que meus espólios fossem divididos por alguma
gangue de salteadores ou caça recompensas que assolavam a região, entrei no
veiculo pelo lado do passageiro atrás do meu alvo primário, virei o corpo do
ciborg de bruços e arranquei um cilindro da base da nunca ou o que restava
dela, depois do tiro, maconha em esta liquido era um dos diversos tipos de soro
de supersoldados desenvolvidos depois da terceira guerra mundial e eu era um
buscador que tinha uma cota diária de coisas que deveria buscar na superfície
antes da noite cair quando eu teria de voltar para meu Burke cidadela no
subsolo, o lugar seguro de se viver, pois a superfície vinha sendo asolada por
nuvens radioativas, acabando com diversos tipos de vida ou alterando as
geneticamente.
Cheguei
ao bueiro de acesso meia-noite com minha coleta diária do dia anterior, senti u
certo alivio com o estalido seco da escotilha, e fui descendo, o elevador me
levando para o coração da terra.
Naquela
hora as ruas subterrâneas, da nossa
colônia, alem de exalarem fumaças, estava cheias de vendedores do mercado negro
geralmente oferecendo aos passantes alguma parafernália tecnológica para puglar
no cérebro, eu resolvi ignorar e prestar contas com meu superior imediato. Pela
maneira como abriu a escotilha do seu quarto escritório, notei que estava de
mau humor.
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Atrasado como sempre, seu merda!
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Eu sei droga! Eu me afastei demais da zona morta, mas fiz a coleta.
Eu
joguei os tubos de cocaína em cima da
mesa velha de metal, o tilintar contra a superfície dura e fria fez os
ocupantes do quarto ao lado soltarem palavrões.
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A carga é boa, mas só vou te pagar amanhã no mercado.
Eu
não tive escolha, não adiantou protestar contra meu chefe cabeça dura.
Meu
abrigo era parte de uma formação rochosa, uma bifurcação mal feita, em uma das
aberturas inserir um container serrado ao meio que passei a usar como casa.
Amanheceu
e eu me preparava para sair da minha lata de sardinha particular em busca pelo
apagamento da caçada, quando escutei uma batida na porta, e o barulho mecânico
da perna biônica do meu empregador, depois de olhar pelo periscópio da porta e
abrir a mine escotilha que soldei na entrada da minha moradia por falta de uma
tranca melhor, dei de cara com meu empregador. Ele não disse nada, sacou uma
pistola do coldre.
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resolvi adiantar o pagamento!
Senti
o cano frio da arma na minha testa, um estalido ecoou pelos esgotos, tudo
escureceu para mim.
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